"Velhos jogos" x "Novas Tecnologias"

Fonte: Jornal O POVO de 21/07/2015

Na era da tecnologia, velhos jogos sociais atraem a atenção das pessoas e fazem sucesso em Assaré, na região do Cariri


Um tabuleiro, peças brancas de um lado e pretas de outro, posicionadas salteando quadriláteros. Tudo estaria certo, se os jogadores não estivessem usando xadrez para jogar damas. A partida curiosa aconteceu duas vezes, na passagem da caravana Esporte na Minha Cidade por Assaré, na região do Cariri. 

Enquanto Milena Barros, 15 e Juliana Pereira, 14, simplificavam o xadrez, o montador de balões Alexandre Barbosa, 21, de passagem pela cidade, observava. Conhecedor das regras e movimentos do jogo, ofereceu ajuda e as garotas aceitaram. Em poucos minutos, as estudantes já estavam testando o que aprenderam.

Quem melhor entendeu o espírito do jogo foi Juliana. “Parece uma guerra, onde os peões são os soldados e protegem os outros”, comparou. As duas foram à arena da caravana buscando atividades diferentes. Para ficarem juntas, no entanto, decidiram buscar um jogo de tabuleiro.

Elas nem lembravam a última vez que tinham brincado com algo não eletrônico. “A gente só faz algo assim quando não tem internet e celular”, admitiu Milena. A colega concordou e entendeu que jogos sociais aproximam pessoas. “Estamos juntas, dando atenção uma à outra e ainda ficamos mais inteligentes”, avaliou Juliana.

Na mesma situação estavam os montadores de estrutura Francisco Antônio, 35 e Antônio Ricardo, 34. Um dos monitores da caravana ensinou e os dois já arriscaram a primeira partida. Tinham dúvidas o tempo todo, mas a cada peça capturada, o sorriso era largo.

Dos dois, Francisco se considerava o mais experiente. “Eu já tinha jogado no computador. Não entendia, mas mexia (as peças) e ia dando certo”, justificou. Antônio acha que ainda precisava treinar mais, porém tem certeza que encontrou um novo hobby. “É melhor que dominó”, concluiu.

Os quatro novos “enxadristas” atribuíram as mesmas palavras ao xadrez: inteligência, concentração e raciocínio. (Brenno Rebouças, Especial para O POVO)

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